Plataforma de estação ferroviária nos Balcãs, com pessoas à espera do comboio e um funcionário com boné vermelho, durante a recriação da rota do Expresso do Oriente
Uma das muitas estações locais ao longo da rota de comboio entre Paris e Istambul — simples, autênticas e cheias de histórias ©Sónia Justo - Lovely Lisbonner

Expresso do Oriente: Roteiro de Comboio Paris–Istambul

Conteúdo do artigo

Como recriar a viagem do Expresso do Oriente: Roteiro de comboio de Paris a Istambul (passo a passo)

Queres atravessar a Europa de comboio ao estilo do lendário Expresso do Oriente, mas de forma acessível e realista? Neste artigo conto-te como o fiz — passo a passo.

Rota da Viagem: Paris a Istambul de Comboio

Antes de te lançares na leitura, dá uma olhadela ao mapa!
Esta foi a rota que percorri de comboio entre Paris 🇫🇷 e Istambul 🇹🇷, atravessando 7 países, com paragens incríveis em cidades como Munique 🇩🇪, Viena 🇦🇹, Budapeste 🇭🇺, Bucareste 🇷🇴 e Sófia 🇧🇬.
Uma forma moderna e acessível de reviver o espírito do lendário Expresso do Oriente — ao teu ritmo, no teu estilo.

Mapa ilustrado da viagem de comboio entre Paris e Istambul com paragens em cidades europeias como Munique, Viena, Budapeste, Bucareste, Sófia e Istambul.
Mapa ilustrado da rota de comboio que recria o percurso do Expresso do Oriente, desde Paris até Istambul com paragens em sete países.

A História do Expresso do Oriente

O Expresso do Oriente é muito mais do que um comboio — é um símbolo histórico e cultural da Europa. Inaugurado em 1883 pela Compagnie Internationale des Wagons-Lits, este serviço ferroviário de luxo ligava Paris a Constantinopla (actual Istambul), numa época em que viajar era privilégio de poucos e uma verdadeira aventura. O percurso atravessava diversos países, incluindo França, Alemanha, Áustria, Hungria, Roménia e Bulgária, ligando o Ocidente ao Oriente de forma elegante e inédita.

A bordo, os passageiros desfrutavam de compartimentos-cama com painéis de madeira, casas de banho privativas (uma raridade na época), e refeições preparadas por chefs de topo, servidas em vagões-restaurante decorados com requinte. Entre os seus passageiros célebres encontravam-se diplomatas, aristocratas, espiões, escritores e artistas — o que lhe conferiu um ambiente de mistério e exclusividade que perdura até hoje.

Durante as Guerras Mundiais, o serviço foi interrompido, mas regressou com várias adaptações. Nos anos 30, por exemplo, houve três rotas activas diferentes sob o nome Orient Express:

  • Rota original (Paris – Istambul): via Estrasburgo, Viena, Budapeste, Bucareste e Varna;
  • Simplon Orient Express: via Lausanne, Milão, Veneza, Belgrado e Sófia;
  • Arlberg Orient Express: rota alternativa com ramais pela Suíça e pelo sul da Alemanha.

Cada uma destas variantes teve os seus períodos de maior popularidade, dependendo da geopolítica da Europa em diferentes décadas.

Nos anos mais recentes, a rota foi imortalizada por comboios turísticos de luxo, como o Venice Simplon-Orient-Express, que ainda hoje opera entre Paris e outras cidades europeias. No entanto, a linha original foi oficialmente descontinuada em 2009.


O Meu Percurso Alternativo do Expresso do Oriente (com início em Lisboa — mas tu podes começar onde quiseres!)

A minha viagem recria o espírito do Expresso do Oriente, mas com uma abordagem prática e contemporânea. Em vez de seguir o percurso original, optei por uma combinação de comboios normais, acessíveis e confortáveis, evitando algumas paragens clássicas como Estrasburgo ou Varna, e acrescentando destinos que me interessavam particularmente, como Munique e Sófia.

A viagem começou com um voo desde Lisboa até Paris, ponto de partida da aventura ferroviária. Esta rota passou por Paris, Munique, Viena, Budapeste, Bucareste, Sófia e Istambul — um percurso que, embora diferente da versão original, manteve a essência da travessia europeia entre o Ocidente e o Oriente. Foi uma forma mais livre, económica e autêntica de viver esta viagem histórica.

E, claro, esta é apenas uma das muitas possibilidades: podes começar a tua viagem noutra cidade europeia, escolher um percurso mais curto ou mais longo, acrescentar outras paragens ou adaptar as datas ao teu ritmo. Esta é a beleza de viajar de comboio — a liberdade de criar o teu próprio roteiro. No final, regressei de avião de Istambul até Lisboa, fechando o círculo desta travessia europeia.

Fiz a viagem em 14 dias, e sinceramente acho dificil fazer a viagem em menos tempo, iniciando a viagem de comboio em Paris e fazendo a rota que eu fiz. E se quiseres parar e conhecer ou visitar cada cidade, podes também aumentar os dias em algumas cidades. A grande mais valia deste tipo de viagem é poderes personaliza-la completamente.


O Expresso do Oriente no Cinema — e na rubrica CineViagens

Poucas rotas ferroviárias inspiraram tanto o cinema como esta. Por exemplo, filmes como “Crime no Expresso do Oriente” (baseado no romance de Agatha Christie) tornaram o comboio lendário ainda mais fascinante, alimentando o mistério e o romantismo associados a esta travessia europeia. Ao longo de uma temporada da minha rubrica CineViagens, no programa Cine Tendinha na Sic Radical, dediquei-me precisamente a explorar filmes rodados ao longo do percurso do Expresso do Oriente. Em cada episódio, procurei mostrar não só os locais emblemáticos onde decorrem as histórias, mas também a sua actualidade enquanto destinos de viagem cinematográficos.


Como Planear e Orçamentar Esta Viagem

Vagão de dormir azul com inscrição "Vagon de dormit" na lateral, na estação de comboios.
Vagão de dormir do comboio noturno entre Budapeste e Bucareste.

Uma das grandes vantagens de fazer este percurso com comboios regulares é poder ajustá-lo ao teu ritmo, interesses e orçamento. Aqui ficam algumas referências com base na minha experiência pessoal:

1. Planeamento Inicial

Antes de começares a planear a tua viagem é essencial que tenhas em atenção algumas questões:

  1. Quantos dias tens para fazer esta viagem e qual a duração que pretendes
  2. Quais são as cidades que queres visitar
  3. Quantos dias pretendes ficar em cada cidade
  4. Se queres dormir algumas noites a bordo de comboios noturnos
  5. Se queres ir com a viagem toda planeada e programada, ou queres ir decidindo ao longo do percurso quantos dias ficar em cada cidade

2. Transportes

Nas minhas deslocações nas cidades usei transportes públicos sempre que possível. É uma forma mais económica de fazer a viagem, e também permite ter uma experiência mais autêntica em cada cidade. Conhecer os transportes públicos e ver como os locais se movimentam na cidade no seu dia a dia.

Bilhetes de avião

Primeiro vais necessitar de chegar até ao ponto de partida, no meu caso foi Paris, mas depende de onde queres iniciar a viagem. E no fim da viagem regressei de Istambul. No teu orçamento de viagem tens de incluir os voos de ida e de regresso.

Bilhetes de metro

Dependendo do número de dias que vais ficar em cada cidade, e das deslocações que vais fazer pode compensar comprar diferentes tipos de bilhetes, ou até mesmo um passe ou bilhetes de 1 ou vários dias. Compara os preços, e organiza os teus dias nas cidades por zonas e por atrações que queres visitar, para poderes maximizar o valor gasto nos bilhetes de transporte.

Ubers e táxis

Em algumas situações usei Uber ou Táxi, por exemplo, sempre que cheguei de noite a alguma cidade.

Bilhetes de comboio

Não existe um único site onde consigas comprar todos os bilhetes, por isso a melhor estratégia é procurar sempre no site oficial dos caminhos de ferro de cada país. Em alguns casos podes só conseguir comprar os bilhetes no próprio local. Por exemplo, no percurso entre Sofia e Istambul não consegui comprar o bilhete online e tive de comprar na estação de comboios em Sófia.

Os preços variam conforme a antecedência da compra, tipo de assento (standard, couchette, cama) e promoções disponíveis. Reservas antecipadas geralmente oferecem tarifas mais económicas.

Dicas extra sobre os bilhetes de comboio

Deves ter em atenção que se não comprares os bilhetes de comboio com antecedência estes podem esgotar em determinados percursos e horários (dependendo da época do ano, como por exemplo o período de verão na europa), o que se torna particularmente complicado se tiveres restrições de tempo. E que pode condicionar o resto da viagem, bem como as reservas de alojamento que já tenhas feito.

Reserva de lugar nos comboios 

Em alguns percursos a reserva de lugar não está incluída no preço do bilhete, e tens de comprar à parte. A compra do bilhete garante que tens um lugar no comboio, mas não um lugar marcado. E não basta procurar um lugar vazio, porque a reserva pode ser a partir de outra estação. Caso não reserves o lugar, tens de procurar um lugar sem a indicação de reservado. Eu aconselho a comprar a reserva de lugar quando fizeres a compra do bilhete, acaba por ser mais simples e tranquilo, embora fique um pouco mais caro.

Dica: Podes ainda usar o Interrail ou Eurail, os passes começam nos 300€ (para 7 dias de viagem a usar durante 1 mês). Comprando bilhetes avulso pode ou não ficar mais barato, depende sempre da época do ano, da antecedência e de promoções disponíveis.

Nota: Se não sabes o que é o Interrail ou o Eurail podes ler este artigo, onde explico tudo. (Brevemente)

3. Seguro de Viagem

Já sabes que os imprevistos podem acontecer e viajar sem seguro para mim não é uma opção. Nunca viajo sem seguro — é essencial em qualquer deslocação internacional.

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Por isso, recomendo a Heymondo, que utilizo em todas as minhas viagens. Tens 5% de desconto através do meu link de afiliada.

4. Alojamento

A escolha dos hotéis deve ser estratégica. Se por um lado é bom ficar perto das estações de comboio porque reduz o tempo necessário para as deslocações entre as estações e os alojamentos, por outro lado depende do que queres fazer e visitar em cada cidade. Dependendo do teu planeamento para cada dia, ficar no centro da cidade pode ser a melhor opção.

Por isso, a primeira coisa a fazer antes de escolher os alojamentos é fazer a lista de tudo o que queres ver e fazer em cada cidade (tens um guia detalhado do roteiro dia a dia que usei numa das secções deste artigo).

Normalmente, utilizo o Booking para encontrar alojamentos com boa relação qualidade-preço.

Tem em atenção que os preços dos alojamentos vão sempre depender do nível de conforto, localização, época do ano, e custo de vida no país. E lembra-te que esta é uma viagem cansativa a nível fisico. São muitas horas a bordo de comboios, a minha recomendação é que escolhas alojamentos com um bom nível de conforto e que te permitam recuperar do cansaço fisico com uma boa noite de sono. Acredita que noites bem dormidas vão fazer a diferença nos teus dias e na tua satisfação com a viagem.

Nota: Pessoalmente prefiro alojamentos no centro da cidade e perto dos locais que pretendo visitar, e assim ganhar tempo durante o dia reduzindo o tempo de deslocações. Mesmo que isso signifique, em alguns casos, ficar mais longe das estações de comboio.

5. Internet e Cartão de Dados – Como Funciona o Roaming Durante Esta Viagem

Ter ligação à internet é essencial quando viajamos. Usar o google maps, encontrar o alojamento ou aquele restaurante que queremos conhecer (podes ter isto em modo offline, mas às vezes precisas mesmo de ligação à internet). É também essencial para me sentir mais segura e confiante quando viajo, principalmente se viajar sozinha, pois sei que estou sempre contactável e “ligada ao mundo”. Quando viajo utilizo maioritariamente cartões eSIM ou cartões de dados móveis locais (dos países que visito).

Geralmente o que faço é utilizar cartões de dados virtuais, os E-SIMs. Estes permitem ter ligação à internet assim que entro num novo país. Normalmente só adquiro cartões de dados locais dos países que visito (cartões físicos) quando fico mais de um mês no mesmo país, nesse caso geralmente compensa comprar um cartão físico.

Durante este percurso de comboio do Expresso do Oriente entre Paris e Istambul, atravessas países com diferentes políticas de roaming. Aqui fica um resumo para te manteres ligada ao mundo sem surpresas na fatura:

União Europeia

  • Países incluídos: França, Alemanha, Áustria, Hungria, Roménia e Bulgária
  • Se tens um cartão SIM de Portugal (ou de outro país da UE), podes usar os teus dados móveis, chamadas e SMS como se estivesses em casa — sem custos adicionais.

No entanto, algumas operadoras aplicam limites de dados em roaming. Verifica com o teu operador qual o plafond disponível para uso na UE.

Fora da União Europeia – Turquia

  • A Turquia não pertence à UE, por isso o roaming pode ser bastante caro. Evita usar dados móveis do teu cartão habitual, a menos que tenhas um pacote específico para fora da UE.

Alternativas inteligentes para a Turquia:

  • Usar um eSIM internacional como o GigSky, que podes comprar antes da viagem e activar quando aterras.
  • Usar Wi-Fi em hotéis, cafés ou transportes públicos e manter o roaming desligado.

Dica extra:

  • Descarrega mapas offline no Google Maps antes de cada cidade.
  • Usa apps que funcionam offline para traduções, reservas ou planeamento.
  • Leva uma power bank — os comboios nem sempre têm tomadas.

6. Alimentação

Em qualquer viagem os custos com a alimentação representam uma parte importante do orçamento. E no Expresso do Oriente não é diferente. Aqui vai depender muito do tipo de alimentação que vais escolher fazer. Podes optar por comida de rua, mercados e supermercados para um orçamento mais modesto. Ou por refeições completas em restaurantes locais, obviamente com um custo mais elevado. Eu fiz um pouco dos dois, há dias em que vais passar várias horas a bordo de comboios ou vais ter de jantar no comboio, e a minha recomendação é que compres sempre comida e água para levares nos comboios, porque às vezes os comboios não têm bar nem há sitio onde comprar comida ou agua nas estações. É sempre melhor ires prevenido e comprares mantimentos no centro da cidade.

7. Bagagem

Leva apenas o essencial. O espaço dentro dos comboios é mesmo muito reduzido. O melhor tipo de bagagem é um troley pequeno, a bagagem de mão que podes levar na cabine do avião é a bagagem que eu recomendo para fazer esta viagem. As mochilas grandes não são a melhor opção. De facto, uma mala pequena (com as dimensões permitidas para bagagem de mão) é o tipo de bagagem ideal para este tipo de viagem.

É fácil de arrumar no comboio, ocupa pouco espaço e é mais fácil de transportar nas cidades, um trólei com rodas é mais fácil e rápido do que transportar uma mochila às costas. Sei por experiência própria. As mochilas grandes são um pesadelo para arrumar no comboio.

Leva também uma mochila pequena para andares no dia a dia nas cidades e para colocares os teus items pessoais. Aconselho também uma bolsa pequena para os teus documentos e dinheiro, que não deve estar na mochila, mas sim usada à tua frente (para evitar os carteiristas).

Não te esqueças de incluir na tua bagagem, roupa confortável, calçado adequado para caminhar e adaptadores de corrente.

8. Segurança e Documentação

Confirma se precisas de visto (especialmente para a Turquia, se não fores cidadão da União Europeia).

Além disso, leva fotocópias do passaporte, do seguro e das reservas num local acessível.

9. Atracções e experiências

Muitas cidades têm cartões turísticos com entradas incluídas (ex: Vienna Pass, Budapest Card).

Reserva algum do teu orçamento para entradas e experiências especiais.

10. Extras

No teu orçamento deves incluir uma rubrica para despesas extras,. Que podem incluir souvenirs, cafés e imprevistos.

A melhor parte? Podes adaptar totalmente a viagem ao teu estilo: fazer mais picnics ou jantar fora, dormir em hostels ou hotéis boutique, andar mais a pé ou apanhar Uber. É uma viagem flexível por excelência!


Dúvidas Frequentes sobre a Viagem de Comboio Paris-Istambul

1. É possível fazer a viagem do Expresso do Oriente sem ser no comboio de luxo?

Sim! Esta viagem foi feita com comboios normais, acessíveis a qualquer viajante, recriando a rota mítica com autonomia e flexibilidade.

2. Quanto tempo demora a viagem de Paris a Istambul de comboio?

Com paragens nas principais cidades, o ideal são cerca de 14 dias para aproveitar cada destino com calma. Mas depende do percurso escolhido e de quantos dias pretendes ficar em cada cidade. Eu optei por ficar 1 ou 2 dias em cada cidade e dormir duas noites em comboios noturnos, e fiz questão de chegar a Istambul de manhã depois de passar a noite no comboio entre Sófia e Istambul.

3. Preciso de visto para esta viagem?

Depende da tua nacionalidade. Cidadãos da União Europeia podem circular livremente entre os países mencionados. Verifica as regras para a Turquia e os Balcãs se não fores europeu. E lembra-te que a Bulgária e a Turquia não pertencem ao espaço Schengen.

4. É possível usar o passe Interrail ou Eurail para este percurso?

Sim, ambos os passes são aceites na maioria dos países incluídos no percurso. Atenção às reservas obrigatórias em alguns troços.

5. Quanto custa uma viagem como esta?

Depende do estilo de viagem, mas um orçamento médio e confortável pode rondar os 1.500€ a 2.000€, incluindo transportes, alojamento, alimentação e entradas em atracções. Mas lembra-te que o valor para recriar o Expresso do Oriente vai depender em muito das tuas expectativas e da forma como organizas a viagem.

6. Qual é a melhor época do ano para fazer esta viagem?

A primavera (Abril-Junho) e o início do Outono (Setembro-Outubro) oferecem temperaturas agradáveis e menos turistas.

7. A viagem é segura para quem viaja sozinho?

Sim! Viajei sozinha e senti-me segura em todas as cidades. Como em qualquer viagem, é importante estar alerta e adoptar os cuidados habituais.

8. Preciso de falar várias línguas?

O inglês é suficiente na maioria dos locais turísticos. No entanto, algumas palavras locais ajudam e são sempre bem recebidas. E hoje em dia o google tradutor faz milagres 😁


Roteiro Diário da Viagem de Comboio Expresso do Oriente

Este foi o roteiro que segui ao longo de 14 dias, viajando de comboio por sete países e explorando algumas das cidades mais fascinantes da Europa. A estrutura por dias corresponde ao ritmo que escolhi para esta aventura, mas pode (e deve!) ser adaptada ao teu tempo disponível, interesses e estilo de viagem. Se tiveres mais dias, aproveita para ficar mais tempo em algumas cidades; se tiveres menos, escolhe os locais que mais te inspiram e faz um percurso mais directo.

Os 14 dias são ideais para quem tem apenas 22 dias úteis de férias por ano. Permite atravessar a europa de comboio, conhecer 7 países, e gastar apenas metade dos dias de férias disponíveis. Para quem tem mais tempo disponível ou não se importa de gastar as férias todas de uma vez eu recomendaria ficar 3 dias em cada cidade e estender a viagem até 21 ou 22 dias.

Ou em alternativa, fazer os 14 dias e no fim da viagem de comboio continuar a viagem pela Turquia, e conhecer outras cidades para além de Istambul. Recomendo um voo de balão na Capadócia e visitar a Riviera Turca e as piscinas termais em Pamukkale (conhecidas como as montanhas de algodão).

Em cada cidade dou-te dicas do que ver e fazer e no fim de cada secção encontras o link onde podes comprar os bilhetes para cada atração turística através do GetYourGuide.

Primeira Paragem: Paris 🇫🇷 

Vista da Torre Eiffel iluminada à noite em Paris, com cruzeiro no rio Sena
A Torre Eiffel iluminada ao entardecer vista do Sena, durante um cruzeiro romântico ©Sónia Justo – Lovely Lisbonner

Paris, a cidade das luzes, é o ponto de partida perfeito para uma viagem que atravessa a Europa. Elegante, romântica e carregada de história, Paris oferece uma primeira imersão num mundo onde o antigo e o moderno convivem lado a lado. Das margens do Sena às colinas de Montmartre, passando pelos cafés com cadeiras viradas para a rua, tudo em Paris convida à contemplação e à descoberta. Antes de embarcar nesta longa jornada de comboio, vale a pena desacelerar e sentir o ritmo parisiense: observar as pessoas, provar os sabores locais e admirar a arquitectura.

Dia 1-2: Paris, França

O que ver:
  • Sacré-Cœur e o bairro de Montmartre
  • Torre Eiffel
  • Museu do Louvre
  • Jardim do Luxemburgo
  • Île de la Cité e a Catedral de Notre-Dame
  • Arco do Triunfo e Champs-Élysées
O que fazer:
  • Fazer um cruzeiro no Sena ao pôr-do-sol
  • Explorar os cafés do Le Marais e de Saint-Germain-des-Prés
  • Visitar mercados locais como o Marché Bastille
  • Subir à Torre Eiffel à noite

🎟️ Queres visitar os grandes ícones de Paris sem filas?
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Dica: Para explorar bem Paris, compra um passe turístico para as principais atrações turísticas, e anda a pé sempre que possível. Afinal, a cidade revela-se melhor sem pressas.

 

Segunda Paragem: Munique 🇩🇪 

Praça Marienplatz em Munique com turistas e o edifício gótico do Neues Rathaus num dia de céu azul
A icónica Marienplatz, o coração histórico de Munique, com o majestoso edifício da câmara municipal Neues Rathaus. ©Sónia Justo – Lovely Lisbonner

Munique é uma cidade vibrante, organizada e cheia de contrastes. Conhecida pela sua tradição cervejeira, pelos palácios e pela arquitectura barroca e neoclássica, é também um centro moderno, com museus de excelência e uma cena cultural activa. Foi uma paragem curta nesta viagem, mas suficientemente rica para sentir o ambiente bávaro e saborear a hospitalidade alemã. Ideal para passear a pé, visitar mercados e apreciar a vida nas praças.

Dia 3: Munique, Alemanha

O que ver:
  • Marienplatz e o relógio do Neues Rathaus
  • Viktualienmarkt
  • Jardim Inglês (Englischer Garten)
  • Residência de Munique
  • Igreja de São Pedro
O que fazer:
  • Beber uma cerveja num biergarten
  • Provar especialidades bávaras como pretzel e weisswurst
  • Subir à torre para vistas panorâmicas sobre a cidade

🍻 Desde palácios a jardins de cerveja — Munique tem muito para ver!
Reserva aqui as melhores experiências e visitas guiadas na capital da Baviera:

 

 

Dica: Assim que chegares, junta-te aos locais num jardim de cerveja — é a melhor forma de sentir o espírito da cidade.

 

Terceira Paragem: Viena 🇦🇹

Fotografia captada em frente ao Palácio Belvedere, em Viena, Áustria, mostrando uma viajante nos jardins floridos com o palácio ao fundo. A imagem integra o artigo sobre o percurso de comboio de Paris a Istambul, recriando a rota do Expresso do Oriente.
Nos jardins do Palácio Belvedere, uma das joias imperiais de Viena. ©Sónia Justo – Lovely Lisbonner

Viena é sinónimo de elegância imperial, música clássica e cafés históricos. Ao chegar, sente-se a influência do antigo Império Austro-Húngaro em cada rua, praça e edifício. É uma cidade que convida à contemplação e ao ritmo calmo, perfeita para saborear doces típicos, ouvir concertos e percorrer museus com colecções de valor incalculável. Foi uma das paragens onde mais senti a presença da história a dialogar com a modernidade.

Dia 4-5: Viena, Áustria

O que ver:
  • Palácio de Schönbrunn
  • Ópera Estatal
  • Catedral de Santo Estêvão
  • Palácio Belvedere
  • Museu de História da Arte
O que fazer:
  • Assistir a um concerto de música clássica
  • Visitar cafés históricos como o Café Central
  • Andar de roda-gigante no Prater

🎼 Viena é um convite à arte, história e música.
Explora os seus palácios e museus com estas experiências bem avaliadas:

 

 

Dica: Antes de saíres, não deixes de provar o Apfelstrudel com nata num café tradicional. E, se tiveres oportunidade, assiste a um espectáculo na Ópera.

 

Quarta Paragem: Budapeste 🇭🇺

Cúpula decorada com mosaicos no vestíbulo das Termas Széchenyi em Budapeste
Cúpula ornamentada no vestíbulo das Termas Széchenyi, um dos ícones termais de Budapeste. ©Sónia Justo – Lovely Lisbonner

Budapeste, dividida entre Buda e Peste pelas águas majestosas do Danúbio, é uma das cidades mais fotogénicas da Europa. Com edifícios imponentes, banhos termais históricos e uma energia jovem e alternativa, esta cidade surpreende a cada esquina. Passear pelas margens do rio, relaxar nas termas ou explorar os famosos ruin pubs são experiências que ficam na memória. Foi uma das minhas cidades favoritas nesta viagem.

Dia 6-7: Budapeste, Hungria

O que ver:
  • Parlamento Húngaro
  • Bastião dos Pescadores
  • Igreja de Matias
  • Termas de Széchenyi
  • Ponte das Correntes
O que fazer:
  • Relaxar nas águas termais
  • Jantar num ruin pub em Pest
  • Fazer um passeio de barco no Danúbio

💧 Banhos termais, passeios de barco ou ruínas com história?
Descobre o melhor de Budapeste com estas actividades imperdíveis:

 

 

Dica: Para facilitar as deslocações, compra o Budapest Card. Além disso, oferece descontos em várias atracções.

 

Quinta Paragem: Bucareste 🇷🇴

Fachada do Palácio do Parlamento em Bucareste, Roménia
Palácio do Parlamento em Bucareste, Roménia — o segundo maior edifício administrativo do mundo (apenas ultrapassado pelo Pentágono) e um dos maiores símbolos da era comunista sob o regime de Nicolae Ceaușescu. ©Sónia Justo – Lovely Lisbonner

Muitas vezes subestimada, Bucareste revelou-se uma capital vibrante, com uma mistura interessante de arquitectura clássica, comunista e contemporânea. É uma cidade cheia de contrastes, onde se encontra uma vida cultural intensa, espaços verdes surpreendentes e uma gastronomia rica. Serviu como um excelente ponto de transição entre a Europa Central e os Balcãs.

Dia 8-9: Bucareste, Roménia

O que ver:
  • Palácio do Parlamento
  • Ateneul Român
  • Museu do Camponês Romeno
  • Bairro histórico de Lipscani
  • Jardim Cişmigiu
O que fazer:
  • Descobrir a arquitectura contrastante
  • Jantar num restaurante tradicional com música ao vivo
  • Visitar livrarias e cafés escondidos

🏛️ Entre palácios imponentes e bairros históricos, Bucareste surpreende.
Reserva já as tuas visitas para conhecer o melhor da capital romena:

 

 

Dica: Durante a tua estadia, prova a sopa servida em pão e os famosos doces locais chamados papanasi. Vais adorar!

 

Sexta Paragem: Sófia 🇧🇬

Catedral de Alexandre Nevsky em Sófia com as suas cúpulas verdes e dourada sob um céu nublado
A impressionante Catedral de Alexandre Nevsky, um dos marcos mais emblemáticos da capital búlgara.

Sófia tem um encanto discreto, com um ritmo de vida tranquilo e uma autenticidade difícil de encontrar noutras capitais. As suas igrejas ortodoxas, as ruínas romanas e a arquitectura soviética convivem lado a lado, criando um cenário único. Foi também a porta de entrada para os Balcãs mais profundos, com pessoas simpáticas e uma gastronomia deliciosa.

Dia 10-11: Sófia, Bulgária

O que ver:
  • Catedral de Alexandre Nevsky
  • Igreja de São Jorge
  • Teatro Nacional
  • Largo de Sófia
  • Museu Nacional de História
O que fazer:

🕍 Sófia é discreta mas cheia de lugares únicos.
Garante as tuas experiências e explora esta capital dos Balcãs com olhos curiosos:

 

 

Dica: Leva roupa adequada para visitar locais religiosos. E, claro, verifica antecipadamente os horários para ir até Rila.

 

Sétima, e última Paragem: Istambul 🇹🇷 

Mesquita de Taksim com duas torres e céu limpo ao fundo da Praça Taksim em Istambul
A Mesquita de Taksim ao fundo da movimentada Praça Taksim, um dos pontos centrais da vida em Istambul. ©Sónia Justo – Lovely Lisbonner

Chegar a Istambul é entrar num novo mundo — uma ponte entre continentes, religiões, culturas e sabores. O seu caos encantador, os minaretes que dominam o horizonte, os mercados perfumados e as travessias de ferry entre a Europa e a Ásia tornam esta cidade absolutamente única. Foi o final perfeito para esta travessia de comboio, onde me despedi da Europa com o coração cheio de memórias.

Dia 12-14: Istambul, Turquia

O que ver:
  • Mesquita Azul
  • Santa Sofia
  • Palácio Topkapi
  • Cisterna da Basílica
  • Grande Bazar e Bazar das Especiarias
  • Torre de Gálata
  • Bósforo
O que fazer:
  • Atravessar de ferry entre os lados europeu e asiático
  • Visitar um hammam tradicional
  • Provar baklava e chá de maçã

🌉 Dois continentes numa só cidade, Istambul é inesquecível.
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Dica: Compra o Istanbul City card para os transportes públicos. Para além disso, explora os bairros menos turísticos como Kadıköy.


Reflexões Finais sobre a Viagem de Comboio Paris-Istambul

Esta viagem foi muito mais do que um percurso geográfico — foi um mergulho cultural, histórico e pessoal. Ao seguir os trilhos do Expresso do Oriente com comboios do quotidiano, senti-me parte de uma narrativa maior, onde cada cidade representava um novo capítulo. O itinerário é versátil e acessível, e pode ser moldado conforme o tempo, o orçamento ou os interesses de cada pessoa. Se procuras uma viagem repleta de significado, beleza e variedade, este percurso pode muito bem ser o teu próximo grande projecto. Espero que este guia te inspire a embarcar na tua própria versão do Expresso do Oriente — ao teu ritmo, com os teus olhos e com o teu coração aberto ao mundo.


Queres fazer esta viagem comigo?

Grupo de viajantes junto ao comboio do Expresso do Oriente moderno, na estação de partida para Istambul.
Grupo pronto para embarcar rumo a Istambul no Expresso do Oriente moderno.

Se este percurso te inspira, mas preferes não te preocupar com a organização, junta-te a mim numa das viagens de grupo que lidero pelo Expresso do Oriente moderno! Durante 14 dias, viajamos juntos de comboio, com tudo tratado: bilhetes, alojamento, actividades culturais e, claro, partilhas, conversas e boa disposição. Vais só com a bagagem — eu trato do resto.

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